Sunday, August 31, 2008

Almost there (I wonder if I'll ever get there)

Three weeks to go. Três semaninhas e acabou. Parece até sonho pensar que em tão pouco tempo vou estar free as bird... pena que não é isso que parece por enquanto.

A partir de não sei que dia da semana que passou o que acabou não foi a diss, mas a inspiração, a vontade, ou o suco, como diria Dudu. Espremi até a última gota ontem, mas nada. Minha laranja intelectual já era, não dá mais suco. O problema é só que essas 3 semanas que faltam implicam em laranja e em muito suco que ainda falta. Pensando por um lado, a diss não tá tão longe de ser acabada... das 30.000 palavras faltam só umas 2.000, mais precisamente as da conclusão. Mas como nada na vida é tão simples, a verdade verdadeira é que o número de palavras não significa nada. Já ultrapassei o limite mínimo (de 20.000 palavras!) há muito tempo e tô é com medo de ultrapassar o máximo de 30.000. O difícil disso tudo é encontrar ânimo pra continuar produzindo, procurando as palavras certas, traduzindo termos, pensando na relação disso com aquilo. O suco acabou mesmo. A fonte secou.

Fazer o quê? Deixar a diss assim de lado nos últimos minutos do segundo tempo não vale, então só o que me resta é largar de frescura e "sentar o dedo nessa p****", como diria nosso mais recente herói Capitão Nascimento. Reta final! Já tá na hora do suco virar vitamina.

Meio intelectual, meio de esquerda - por Antonio Prata

Esse texto foi mesmo um achado (do blog Deascaralho). Não tem como não gostar, não tem como não ter saudades dos meio intelectuais, meio de esquerda do Brasil.

Bar ruim é lindo, bicho

Por Antonio Prata

Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins.
Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de 150 anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de 150 anos, mas tudo bem).
No bar ruim que ando freqüentando nas últimas semanas o proletariado é o Betão, garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas acreditando resolver aí 500 anos de história.
Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos ficar "amigos" do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura.
"Ô Betão, traz mais uma pra gente", eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte do Brasil.
Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte do Brasil, por isso vamos a bares ruins,que tem mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gateau e não tem frango à passarinho ou carne de sol com macaxeira que são os pratos tradicionais de nossa cozinha.
Se bem que nós, meio intelectuais, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gateau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda.
A gente gosta do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil.
Assim como não é qualquer bar ruim.
Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne de sol, a gente bate uma punheta ali mesmo.
Quando um de nós, meio intelectuais, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectual, meio de esquerda freqüenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim.
Porque a gente acha que o bar ruim é autêntico e o bar bom não é, como eu já disse.
O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqüentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais ou menos gostosas.
Até que uma hora sai na Vejinha como ponto freqüentado por artistas, cineastas e universitários e nesse ponto a gente já se sente incomodado e quando chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual, nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e universitários, a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó.
Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV.
Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevete e chinelo Rider.
Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico.
E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo.
Os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os que não entendem.
Os que entendem percebem qual é a nossa, mantém o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam em 50% o preço de tudo.
Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato.
Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae.
Aí eles se fodem, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já disse algumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão brasileira, tão raiz.
Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda, no Brasil!
Ainda mais porque a cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que a gente gosta, os pobres estão todos de chinelo Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gateau pelos quatro cantos do globo.
Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda, como eu que, por questões ideológicas, preferem frango a passarinho e carne de sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca mas é como se diz lá no nordeste e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o nordeste é muito mais autêntico que o sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é mais assim Câmara Cascudo, saca?).
- Ô Betão, vê um cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem?

Wednesday, August 27, 2008

Dying polar bears in NY



Precisa dizer mais?

S T O P G L O B A L W A R M I N G


*Dica do Bluebus

Monday, August 25, 2008

Companhia

Foi na hora do break entre uma seção e outra do último capítulo. Estava cansada de ficar sentada na mesma posição o dia inteiro, a semana inteira. Enquanto fazia alongamento, abri meu livro favorito do Pessoa. O livro me deu um presente: aqueles momentos quando lê-se um poema que já se tinha lido, mas nunca sentido. O livro é Ficções do Interlúdio. A página é a 133. A poesia, "Ode Marítima" e os versos são estes:

Ah, a frescura das manhãs em que se chega,
E a palidez das manhãs em que se parte,
Quando as nossas entranhas se arrepanham
E uma vaga sensação parecida com um medo
- O medo ancestral de se afastar e partir,
O misterioso receio ancestral à Chegada e ao Novo -
Encolhe-nos a pele e agonia-nos,
E todo o nosso corpo angustiado sente,
Como se fosse a nossa alma,
Uma inexplicável vontade de poder sentir isto doutra meneira:
Uma saudade a qualquer cousa,
Uma perturbação de afeições a que vaga pátria?
A que costa? a que navio? a que cais?
Que se adoece em nós o pensamento
E só fica um grande vácuo dentro de nós,
Uma oca saciedade de minutos marítimos,
E uma ansiedade vaga que seria tédio ou dor
Se soubesse como sê-lo...

Almost there


Here I am, finally I'm reaching the final days of writing. After almost 2 weeks of work non-stop, on Saturday I decided to take a break and went to Bons Sons, a small music festival that happens every 2 years in an even smaller village called Cem Soldos. After the relaxing 24-hour weekend I'm ready to finish! The dissertation is finally almost done, even though there are still some 1000s of words to be written.

However, what I'm feeling now is more complex (as usual) than just relief for having the work done. I'm worried about finding a job, about having decided to (try to) stay, about loosing this privileged status of 'student'.

But one thing at a time, right? First things first. In the final weeks of dissertation, Snoopy is my best inspiration.

Results soon!

***

Soundtrack: none! I have to concentrate! =P

Monday, August 18, 2008

How to be good

Internet is full of amazing things. What surprises me the most, though, is when rather complicated issues are simplified as to a wikiHow. If you have ever wondered about the secular discussion about the conceptualization of good and evil; if you have ever questioned yourself about the existence of God and religion; and if you constantly wonder how come the seven deadly sins are always on your way, don't worry. This is the end of all your problems! Just go to this wikiHow article and learn how to be good!

I wonder if there is one with tips on how to be evil. That would certainly be far more interesting! ;)

Enjoy!

***

Soundtrack: Rolling Stones, 'Sympathy for the Devil'

Sunday, August 17, 2008

Minhas férias


Eu sei que não tô na escola primária nem nada, mas esse ano, depois das minhas férias, senti uma vontade enorme de compartilhar tudo o que aconteceu comigo. Talvez porque essas tenham sido minhas primeiras férias de verão em agosto, descobri um montão de coisas durante esses míticos dias quentes na Europa.

Percebi que as diferenças entre o verão europeu e brasileiro não estão somente na ausência de cocos na praia e no tamanho dos biquinis. Aqui faz frio a noite, não tem tempestade de verão, ninguém vende bobeira na praia e as pessoas tomam sol (de biquini e eventualmente topless) em literalmente qualquer lugar, desde parques até calçadas mais arrumadinhas à beira de um rio (mesmo que este seja imundo!).

Percebi que os alemães são um povo incrível, que apesar de terem uma má fama, são extremamente educados (mais do que os ingleses!), muito amáveis e muito ecológicos.

Por outro lado, só agora pude ter uma vaga idéia do que se passou de verdade nesse país de extremos: Hitler, o Holocausto, a divisão do país e da cidade de Berlin são coisas ainda difíceis de se compreender. Ainda estou tentando figure out (na falta de uma palavra melhor em português) qual é a desse país ao mesmo tempo tão amigável e assustador.

Aprendi a gostar de várias bandas inusitadas e vi vários preconceitos meus cairem por terra. O melhor de tudo: amo cada vez mais quando isso acontece.

Depois de um tempão, acampei de novo. E foi tão bom!! Só uma dica: regra geral, as barracas que se montam sozinhas em 2 segundos demoram pelo menos 2000 vezes esse tempo para serem desmontadas.

O Algarve é lindo!

Aprendi a fazer sushi.

Finalmente entendi, graças à Laurie, o que as pessoas vêem em Química e até acho que se eu tivesse passado a barreira inicial da teoria, pode até ser que um dia eu viesse a gostar dessa matéria maldita. Tarde demais agora.

Descobri o que é um verdadeiro apfelsaft. O suco de maçã, aquela coisa sem graça que no Brasil evita-se a qualquer custo, é na verdade uma bebida deliciosa. Os alemães só precisam mesmo é de aprender que, com um calor de 32 graus lá fora, colocar um pouco de gelo nas bebidas não faz mal a ninguém.

Aprendi a gostar de picles, mas só daqueles feitos em Spreewald.

Percebi que os alemães ainda têm um longo caminho pela frente ao lidar com as consequências da história do seu país. O muro de Berlin corta a cidade até hoje como uma grande cicatriz e age como uma lembrança silenciosa e permanente na vida cotidiana dos Berliners.

Aprendi a fazer frango com pêssego e a usar flores como condimento.

Vi pela primeira vez um pé de noz que, para minha surpresa completa, é uma árvore gigantesca, ao contrário do que me dizia minha infantil imaginação.

Percebi que avós são lindos em qualquer país e em qualquer cultura.

Aprendi da pior maneira possível que há muitos carteiristas em Lisboa e que eles são muito bons no que fazem.

Percebi que, ao contrário do que eu achava, eu sou mesmo um pouco ligada no 220v e que nem todo mundo consegue me acompanhar nos meus roteiros loucos de turismo all day long e saídas all night long.

Entrei nas águas mais frias em que já estive em toda a minha vida.

Percebi que quanto mais eu conheço Lisboa, mais ela tem pra me mostrar.

Percebi que, de uma vez por todas, tenho que parar de ignorar o fato de que a Espanha é meu próximo destino e começar a arrumar uma maneira de ir correndo pra lá.

Finalmente, vi que Lisboa é mesmo uma cidade incrível, cheia de personalidade, mas que são essas pessoas maravilhosas que aqui vivem que fazem da minha estadia tão linda e divertida.

Me dei conta que, se der tudo certo e eu arrumar mesmo um emprego, outras férias como essas só daqui a um ano!


***


Soundtrack: White Stripes, Chemical Brothers

Friday, August 15, 2008

De volta


Back!

19 days, 7 cities and 2 countries later I'm finally back home. After spending the most amazing time in Germany with my lovely friends (the coolest international group ever!) we came to Lisbon, my home for the moment, for another week of fun, history, monuments, great dinners and amazing moments together.

As if those weren't already the greatest vacations I could ask for, it was followed by 4 days of great music, beautiful beaches and amazing company at Festival Sudoeste, one of the most important summer festivals in Portugal. Not only did I enjoy incredible concerts (especially Björk and Chemical Brothers), but I also got to camp and go to the beach every day! Unbelievably enough, I even got a tan now! ;)

I couldn't ask for greater European summer vacations. The only bad part is that it's got to end now, I got to go back to work on my dissertation and look for a job. Thanks my beautiful friends for these amazing vacations! Can't wait for next year! ;)

You can see all the pictures here!

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Summer soundtrack: Björk, Chemical Brothers, Radiohead, Foo Fighters, Incubus, MPB

Tuesday, August 05, 2008

On vacations

Como já deve ter dado pra perceber pela ausência, tô de férias esses dias! Fui pra Alemanha encontrar com meus queridos amigos de Sheffield e agora eles estão aqui em Lisboa curtindo demais.

Quinta vou pro Festival Sudoeste em Zambujeira do Mar, o que significa mais praia, sol e música boa. Darei mais notícias em breve com direito a muitas, muuiiitttaaasss fotos.

*enjoy the summer*