As coisas estão a caminhar em Lix. Devagar, inconstantes, mas sempre em frente, como dizem os tugas. Às vezes tenho insights de coisas incríveis que virão, um emprego que eu queria de verdade, a turma de amigos animada, a cidade cheia de coisas pra fazer. Outros momentos parecem eternos e inacabáveis, tanto que me dá vontade de sair correndo pra casa.
Mas hoje, parada em frente à Brasileira à espera de uns amigos, tirei os fones do ouvido e fui escutar a cidade: um japonês tocando no violão jazz e bossa-nova (temas dele) à saída do metro Baixa-Chiado; um africano vendendo umas bijus; papos em vários línguas que poderiam ser dirigidos a mim; um cara meio estranho olhando o movimento assim meio de lado; o Fernando Pessoa, hoje solitário, com o seu olhar perdido sobre a rua Garrett. Lisboa mistura, 'mezcla', e por algum motivo me faz sentir bem: estrangeira, mas um pouco de casa; expert e ao mesmo tempo leiga. As contradições, que tanto me encantam, se encontram em Lix.
Hoje lá no Chiado lembrei sem querer porque eu gosto tanto daqui, ainda que não o saiba izer. Aquela frase, que veio num mês qualquer na Agenda Cultural, resume: somos cidadãos do mundo, mas lisboetas de coração. Aqui tem lugar pra tudo.
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